sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

'Economist' ironiza Lobão e sugere que brasileiros se acostumem com 'interrupções' de energia

Segundo a revista, Lobão 'guarda' o termo apagão para um problema mais grave
A revista britânica The Economist ironizou declarações do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, negando que o país teria enfrentado novos apagões dizendo que "os brasileiros têm de se acostumar às 'interrupções temporárias' toda vez que ligarem o ar-condicionado".
Em sua edição que chegou às bancas nesta sexta-feira, a revista traz uma matéria sobre os recentes blecautes que deixaram "no dia 4 de fevereiro quase 50 milhões de pessoas em oito Estados no nordeste do país sem energia na maior pate da noite".
A Economist cita a declaração feita pelo ministro negando que tivesse havido um apagão na ocasião e dizendo que o problema se tratou de uma "interrupção temporária no fornecimento de energia".
Segundo a revista, Lobão vem evitando falar em apagão, pois "prefere guardar a palavra para um problema muito mais grave: um grande e sustentado desequilíbrio entre o fornecimento de energia e a demanda".
A matéria lembra que isso ocorreu pela última vez entre 2001 e 2001, após décadas de crescimento no uso de energia e baixo investimento na área, seguidos de uma grave seca que baixou a capacidade das hidrelétricas. Na época, houve racionamento.

Consumo

A Economist cita que o consumo de energia cresceu 7,8% no ano passado e que não deve haver um recuo nessa tendência, mesmo se a economia brasileira parar de avançar.
A revista afirma que os brasileiros não estariam dispostos a desligar da tomada suas recém-compradas geladeiras e máquinas de lavar - em uma referência ao crescimento do consumo no país.
Para lidar com esse cenário, o governo está planejando investir R$ 214 bilhões no setor, vindo tanto dos cofres públicos como da iniciativa privada.
Parte dessa verba se aplicaria em fontes alternativas de energia, como a eólica e a gerada por biomassa.
No entanto, a maior parte do dinheiro será direcionado a novas hidrelétricas, como a polêmica Belo Monte.


fonte: bbc brasil

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