terça-feira, 15 de março de 2011

ECONOMIA: Consumidor irá desembolsar até R$ 2,40 pelo litro do álcool, prevê sindicato

Aviso aos motoristas: preparem-se para gastar mais nos próximos 30 dias. De um lado, o fim da safra de cana eleva os preços do etanol. Do outro, os conflitos no Oriente Médio pressionam o preço do petróleo. Se o aumento da gasolina depende de uma decisão política, o álcool, encontrado a R$ 2,20 atualmente, poderá custar até R$ 2,40 até a chegada da nova safra de cana em abril, de acordo com estimativa do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis  da Bahia (Sindicombustíveis).
De acordo com a entidade, o problema vem do produto repassado pelas distribuidoras, que estariam aplicando pequenos reajustes entre os pedidos. O eletricista Carlos Alberto Cerqueira, 53 anos, não sabe dizer de quem é a culpa pelos aumentos, mas que está aumentando, não tem dúvidas. Voltou nesta segunda-feira, 14, ao posto, em Narandiba, onde tinha encontrado álcool por R$ 1,85 e gasolina a R$ 2,46, mas o que viu lá foi o derivado da cana por R$ 2,19  e o de petróleo por R$ 2,79.
“Vai ultrapassar meu orçamento, mas não dá para reduzir o consumo porque (o carro) é meu instrumento de trabalho”, resigna-se o eletricista. Hoje o custo mensal dele com a gasolina, o combustível preferido há algum tempo, é de R$ 300 por mês.
O presidente do Sindicombustíveis, José Augusto Costa, diz que ainda não consegue vislumbrar o início da redução nos preços do álcool. “A nova safra está se aproximando, mas as distribuidoras estão aumentando devagar os preços já faz uns 15 dias”, aponta. Segundo ele, a escassez de álcool pressiona os preços do produto. “Quem mói cana atualmente só pensa em produzir açúcar”, diz.
Enquanto os estoques estiverem baixos, o consumidor não deve esperar uma redução de preços, adverte o presidente do Sindicombustíveis. “O preço já vem alto das distribuidoras, os postos têm que pagar impostos e funcionários”, calcula Costa.  Todas as expectativas quanto à redução do álcool estão lançadas em torno do início da nova safra de álcool. “Quando estiver sobrando álcool, vão ter que fazer promoções”, acredita o professor do mestrado em energia da Unifacs, Luiz Pontes.
Vantagem - Embora não descarte a possibilidade de novos aumentos no preço do álcool, o professor lembra que existe uma relação entre o preço do álcool e da gasolina, que funciona como balizadora dos preços. “Se o álcool supera 70% do preço da gasolina, se torna desinteressante para o consumidor”, lembra.
Neste momento, por sinal, o abastecimento com o derivado da cana vem sendo desaconselhado. De acordo com o Índice de Preços Ticket Car, o uso da gasolina foi mais vantajoso em todos os estados brasileiros no mês de fevereiro. Na Bahia, o álcool estava custando 76% do preço da gasolina. “É importante divulgar, até porque se o consumidor não compra, o produto encalha e o preço cai”, explica o professor. 


fonte: a tarde online

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