Quando a Caixa Econômica Federal comprou 35,5% do PanAmericano por R$ 740 milhões, em novembro de 2009, o banco de Silvio Santos valia R$ 2,1 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo. Na sexta-feira, o chamado valor de mercado do banco havia desabado para R$ 1,2 bilhão. Ou seja, só nesse item, a instituição controlada pelo governo federal perdeu mais de R$ 320 milhões. No início do mês, o PanAmericano anunciou um rombo em suas contas no valor de R$ 2,5 bilhões. O caso foi descoberto pelo Banco Central (BC), num cruzamento de dados.
O que ocorreu foi que executivos do banco venderam carteiras de crédito da instituição a outros bancos, mas não deram baixa no balanço, que ficou inflado em R$ 2,5 bilhões. O banco de Silvio Santos só não quebrou, pois o empresário conseguiu um empréstimo no mesmo valor junto ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Silvio terá uma década para pagar o dinheiro, e a primeira parcela só vence daqui a três anos. Como garantia, ele entregou todo o seu patrimônio, que inclui a rede de televisão SBT, as lojas Baú da Felicidade e a empresa de cosméticos Jequiti, entre outras.
Antes de efetuar a compra de parte do PanAmericano, a Caixa foi assessorada pelo Banco Fator e pela empresa de auditoria KPMG. Além disso, as contas do banco eram auditadas pela Deloitte desde 2001. O mercado não conseguiu entender até agora como ninguém descobriu o rombo.
Após o caso, Silvio Santos trocou toda a diretoria do banco e alguns dos executivos próximos a ele na holding do grupo também renunciaram a seus cargos. O caso suscitou suspeitas de fraude. O Conselho Federal de Contabilidade começa hoje uma investigação inédita no país, que vai apurar se houve infração ética ou incapacidade técnica de auditores e contadores no caso. É a primeira vez que o conselho investiga o trabalho de auditores porque uma lei aprovada em junho deu a ele essa nova atribuição.
FONTE: CORREIO DA BAHIA
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