terça-feira, 19 de abril de 2011

SE: Sequestro no Bairro Suíça completa 27h

O sequestro iniciado na manhã de segunda-feira, 18, no Bairro Suíça, na capital sergipana, completa 27h e a depender da postura irredutível do sequestrador deve se estender pela manhã desta terça-feira, 19. A vítima Cristielane Caetano Mota Santos, de 21 anos, é mantida sob a mira de um revólver por seu ex-marido José Elígio, de 24 anos. Ela está ferida por um tiro de raspão na perna esquerda, esse disparado na manhã de ontem, no início do cárcere privado. O casal se relacionava há sete anos e tem um filho, de 5 anos, que estava na escola no momento em que ela foi abordada pelo ex-marido. Eles estavam separados há 20 dias.As negociações continuaram durante toda a madrugada. Às 2h25 da manhã, médicos do SAMU foram autorizados a entrar novamente na residência para realizar curativos no ferimento de Cristielane. O fato se repetiu às 5h30, quando também recomeçou a movimentação de curiosos nas proximidades da casa, localizada na Rua Tenente Wendel Quaranta. Um pouco antes, às 3h30 da manhã, uma grande movimentação de policiais fez parecer que o desfecho do sequestro estava próximo. No entanto, um esquema foi montado para a entrada de uma das tias de Cristielane, presença essa, requerida pela vítima. De acordo com informações da polícia, elas conversaram brevemente, pois essa foi a ordem de José Elígio, acatada pelo mediador, que também não julgou interessante que o diálogo se estendesse e a tia passasse a ser uma nova vítima do seqüestrador. 

Os policiais do Complexo de Operações Especiais – COE –, delegados da Polícia Civil, e médicos do SAMU, permanecem no local. No caso dos homens do COE, eles atuam em escala de revezamento utilizando um ônibus da companhia para descansar. De acordo com o coronel Enílson Aragão, a polícia quer vence-lo pelo cansaço. “No início da noite de ontem interrompemos o fornecimento de água e energia da casa, para que pudéssemos atingi-lo psicologicamente. Conseguimos, já que por volta das 23h ele demonstrou sinais visíveis de cansaço. No entanto, no decorrer da madrugada ele recobrou as energias e permaneceu irredutível, sempre utilizando a vítima como escudo, principalmente nas entradas da equipe médica”, disse o coronel. Ainda de acordo com o coronel Enílson Aragão, foi estudada a possibilidade de rende-lo durante a entrada da equipe médica. “Como ele não impede a entrada de paramédicos homens, cogitamos a possibilidade de enviar um policial disfarçado para imobilizá-lo no interior da residência. Mas, isso ainda é objeto de estudo. No entanto, a possibilidade não está descartada”, ressaltou Aragão.   
Segundo o delegado Fernando Melo, a estratégia da polícia permanecerá a mesma. “Vamos vence-lo pelo cansaço e isso é fato. Isso porque, o local também não favorece uma invasão nos limites seguros para preservar a vida da vítima e do sequestrador. A polícia tem toda a paciência do mundo para aguardar o momento de sua rendição”, afirmou Melo.   
Ainda segundo a polícia, no início da manhã desta terça-feira, 19, José Elígio propôs a troca da vítima pelo pai dela. No entanto, após investigações preliminares foi descoberto que os dois não se dão bem, e portanto a troca não foi autorizada. De acordo com o major Eduardo, que faz a segurança pessoal do governador Marcelo Déda, e que está no local, Elígio mantém Cristielane sentada na sala, onde somente as pernas da vítima podem ser vistas da posição em que se encontra o mediador. Elígio está atrás da vítima, mas sua visualização não é possível, o que dificulta ainda mais a ação da polícia.
Vou matar Cristielane e me matar, diz Elígio
Às 9h18 José Elígio afirmou que planejava matar sua ex-esposa Cristielane e se matar em seguida. “Quero que todos os familiares fiquem reunidos, pois o fim está próximo”, disse Elígio, segundo um de seus tios.
A informação foi confirmada também pela tia da vítima Valderes Mota, que havia falado com a jovem por telefone, no início da manhã.

Elígio mantém Cristielane sentada na sala, onde somente as pernas da vítima podem ser vistas da posição em que se encontra o mediador. Elígio está atrás da vítima, mas sua visualização não é possível, o que dificulta ainda mais a ação da polícia.


Pisicóloga atende pedido de Elígio
Às 9h50 da manhã desta terça-feira, 19, a psicóloga da Defensoria Pública de Sergipe, Juliana Andrade entrou na residência onde José Elígio, de 24 anos, matem a ex-esposa Cristielane Mota, de 21 anos, refém no Bairro Suíça em Aracaju. A psicóloga conversou rapidamente com o sequestrador que exigiu que ela lhe desse um atestado clínico, para que ele fosse encaminhado à uma clínica de reabilitação e evitar assim ser preso. Juliana Andrade conversou com os delegados responsáveis pelas negociações e disse que irá fornecer o laudo. Porém, a psicóloga precisa conversar com José Elígio para preencher corretamente o documento.

Psicóloga recebe as orientações do major Eduardo

Essa conversa até foi proposta pelo mediador, no entanto, Elígio pediu um intervalo para descanso e disse que não falaria com ninguém. "Nós temos que respeitar esse pedido dele, pois afinal devido ao longo período de estress que ele e a vítima estão submetidos, isso é mais que natural. Quando ele estiver disposto a falar, vou até lá pois preciso deste contato para fazer o laudo, que será assinado por ele, e assim seu encaminhamento para uma clínica de reabilitação será realizado", disse a psicóloga.Ainda de acordo com Juliana Andrade, o sequestrador fez outro pedido. "Ele não quer sair da casa algemado e numa viatura policial e por isso fez a solicitação do laudo, até para que sua integridade física fosse preservada e ele seja então encaminhado primeiramente á uma clínica", informou.
Agora às 11h20 a entrada da psicóloga, do major Eduardo e do psiquiatra Antônio Lima foi autorizada pelo sequestrador. Ambos colocaram coletes à prova de balas, e estão no interior da residência.
Às 12h Juliana, major Eduardo e o psiquiatra deixaram a residência.


fonte: emsergipe.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário