A agenda legislativa da presidente Dilma Rousseff tem sua primeira grande votação nesta quarta-feira (16), quando a Câmara dos Deputados deve decidir o valor do salário mínimo deste ano. A oferta do Palácio do Planalto é de R$ 545, mas oposicionistas e parte dos aliados defendem um piso de R$ 560, abrindo a possibilidade de um acordo mais oneroso aos cofres públicos ou de um enfrentamento com os sindicatos.
A maioria dos parlamentares acredita que Dilma sairá vitoriosa na votação do projeto de lei do mínimo, apesar de ter desabrigado muitos integrantes do governo Lula, mas as dificuldades que terá para isso ainda não estão claras. Além da oposição de PSDB, DEM e PPS, os aliados PDT e PMDB não estão coesos para a votação. A presidente precisa de maioria simples para aprovar a iniciativa, ou seja, metade mais um dos parlamentares presentes.
Na quarta-feira, em um movimento não tão comum, Dilma enviou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para debater o tema no plenário da Câmara dos Deputados. Outros emissários do Palácio do Planalto também pressionaram membros da base aliada a votar com a orientação do governo – em um momento no qual as nomeações para cargos de segundo escalão estão congeladas, esperando a decisão sobre o salário.
O ministro evocou a fórmula de concessão de reajustes durante a gestão anterior, contabilizando o PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes, corrigido pela inflação do ano anterior. Como o crescimento da economia foi nulo em 2009, este ano traria menos benefícios para o trabalhador, diz ele. Contabilizando a expansão de 2010, no entanto, os retornos seriam bem mais polpudos no ano que vem.
Para a defesa do valor estipulado por Dilma, Mantega apelou ao risco de mais inflação e de desequilíbrio nas contas públicas, em um momento no qual a Presidência planeja cortes de até R$ 50 bilhões no orçamento. "Se já começarmos descumprindo os R$ 545, o governo vai flexibilizar outras despesas e, portanto, nós vamos ter um descontrole fiscal no país e a inflação vai subir em função do descontrole fiscal", afirmou.
fonte: uol
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