quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

SERGIPE: Mulher denuncia agressão e acaba presa

A dona de casa Carlanilza dos Santos Mendonça, 27 anos, em entrevista a equipe de reportagem do Portal Infonet, revelou que ficou presa por mais de 12 horas, quando tentava registrar um Boletim de Ocorrência contra o ex-marido, na Delegacia Plantonista.
De acordo com Carlanilza, na noite da última quinta-feira, 10, ela foi até a Delegacia Plantonista porque havia sido agredida pelo companheiro, no entanto, ao chegar a delegacia, seu esposo já estava sendo ouvido pelo delegado Wellington Fernandes Rogério. “Ele foi para a delegacia junto com a filha, uma menina de 15 anos que morava com a gente. E lá foram ouvidos primeiro pelo delegado”, explica Carla.
Ainda de acordo com a jovem após alguns minutos ela foi convidada a entrar na sala. “Quando eu entrei a menina se levantou para sair, mas o delegado mandou ela ficar e pediu que eu contasse a minha versão”, comenta.
Carla relatou que durante a tentativa de explicar o que havia acontecido foi interrompida pelo companheiro, que desmentia suas acusações. “Quando eu começava a falar ele se metia pelo meio, então falei com o delegado: o senhor pode pedir para ele ficar calado? Nesse momento o delegado começou a gritar comigo dizendo que eu tinha que chamá-lo de doutor e não de senhor e perguntou se eu queria ficar presa”, relata.
Celular
Segundo a jovem, durante a segunda tentativa de relatar os fatos, o companheiro acusou a mesma de ter roubado o celular dele. “Eu estava com o celular dele nas mãos, porque durante a briga ele jogou o meu no chão. Como eu precisaria ligar para a minha família para me pegar na delegacia, fiquei com o dele”, explica.
Carlanilza relatou que ao confessar que o celular pertencia ao companheiro o delegado Wellington teria mandado a mesma entregar o aparelho. “Ele não estava nem aí para as coisas que eu dizia e mandou que eu devolvesse. Quando fui colocar o celular sobre a mesa, o aparelho caiu no chão e nesse momento o delegado mandou me prender por desacato a autoridade”, revela.
Segundo Carlanilza, a prisão aconteceu por volta das 3h10 da madrugada de sexta-feira, 11. “Primeiro fiquei na sala da Delegacia Plantonista detida e depois de algumas horas ele mandou alguém me levar para a 4° DM [4° Delegacia Metropolitana], onde fiquei presa até às 18h30”, relata.
De acordo com a jovem, a família teve que tomar um empréstimo para conseguir pagar a fiança. “Minha mãe teve que pagar três mil e quinhentos reais de fiança para que eu fosse solta. Fui agredida, presa e ainda por cima fiquei com um débito, enquanto ele foi ouvido sozinho e liberado para voltar para casa”, ressalta.
Carla ainda explicou que na manhã de segunda-feira, 14, registrou a ocorrência da agressão na Delegacia de Apoio aos Grupos Vulneráveis(DAGV). Depois foi até o Instituto Médico Legal (IML), onde realizou exames de corpo de delito e em seguida foi até a Corregedoria de Polícia Civíl, onde registrou uma queixa contra o delegado Wellington Fernandes. “Eles disseram que era para eu esperar por oito dias e que se ninguém entrasse em contato comigo que eu voltasse até lá para saber o que foi apurado”, explica.


fonte: alcione martins

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