quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ALAGOAS: Principais vítimas da violência, jovens usuários de drogas têm "vida curta" em Alagoas

A onda de assassinatos que atormenta Alagoas tem relação direta com a chegada do crack ao Estado, no início do século 21. Segundo estimativa apresentada pelo ex-secretário de Estado da Defesa Social, Paulo Rubim, 90% das mortes dos úlitmos anos estão relacionadas de alguma forma com o uso de drogas – seja por dívidas com traficantes, acerto de contas ou disputa por espaço para venda de narcóticos.A maioria das vítimas é formada por jovens do sexo masculino entre 15 e 29 anos. Segundo o levantamento “Mapa da Violência 2010”, a taxa de homicídios entre essa população chega a 214,8 para cada 100 mil habitantes - quase nove vezes maior que a taxa geral de homicídios no Brasil, de 25,2. A pesquisa leva em conta os dados de 2007.
Em 2010, Alagoas alcançou a maior taxa de homicídios que um Estado registrou em todos os tempos. Segundo a Secretaria de Estado da Defesa Social, foram 2.226 assassinatos, o que resulta em uma taxa de 71,3 mortes para cada 100 mil habitantes – taxa sete vezes maior que a registrada por São Paulo em 2010,  que foi de 10,47, segundo a Secretaria de Segurança paulista.
Nos últimos anos, Alagoas registrou um aumento assustador no número de homicídios. Em 1999, por exemplo, o Estado teve 552 homicídios. Onze anos depois, o crescimento foi de 303%. Nos últimos cinco anos foram mortas quase 10.000 pessoas.

Efeito do crack

Para o promotor do Núcleo de Direitos Humanos do Ministério Público Estadual, a chegada do crack tem ligação direta com o crescimento no número de mortes em Alagoas na última década. “Essa droga é relativamente nova e extremamente nociva. O Estado estava muito pouco preparado para a chegada do crack e não havia opções para tratamento do vício”, afirmou.
Para ele, é preciso investir em vagas para tratamento de dependentes químicos. “Hoje temos uma situação onde um jovem ingressa no mundo das drogas e, se ele for filho de rico, vai furtar dentro de casa, vai furtar familiares. Mas se for pobre, vai entrar na criminalidade para sustentar o vício. E isso é um caminho sem volta”, disse.
Segundo o governo, o Estado mantém um programa de tratamento que atende atualmente 500 jovens nas 16 casas de acolhimento de Alagoas. As vagas, porém, só foram criadas em 2010. Neste ano o número de instituições deve chegar a 30, ampliando para 1.000 o número de dependentes químicos atendidos.


fonte: uol

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