O governador Jaques Wagner confirmou na quarta-feira, 22, a intenção de  abrigar uma usina nuclear na Bahia. No mesmo dia, os governantes do  Piauí, Sergipe e Pernambuco admitiram a necessidade de repensar a  expansão nuclear para o Nordeste. 
 Durante a inauguração da Termoverde Salvador – que vai gerar energia  elétrica a partir do biogás gerado pelo lixo – o governador destacou o  desejo de investir em energias renováveis, mas garante não ter mudado de  posição quanto a questão da energia nuclear. 
 “Não mudei, não. Se o governo federal mantiver a intenção de produzir  mais energia com a construção de uma usina no Nordeste, eu mantenho a  minha posição”, afirmou. E isso, ponderando-se os temores que o acidente  no Japão despertaram. “A hora é de se solidarizar com o povo japonês. É  preciso deixar a poeira assentar para que se faça um debate melhor”. 
 Para Wagner, todas as matrizes energéticas produzem algum tipo de  impacto ambiental. Ele promete que o Estado vai conduzir a questão “com o  máximo de serenidade”. Na hora da escolha, a promessa é: “Vai pesar o  menor impacto e o menor custo ambiental possível”. 
 Prós e contras - Ex-ministro das Minas e Energia e  ex-presidente da Petrobras, o consultor em energia, Shigeaki Ueki,  considera madura a postura do governador  baiano. “Se o Brasil não  quiser conviver com os apagões, ou com aumentos expressivos nas contas  de energia, precisa enxergar a geração nuclear como uma opção  válida”,  avalia. 
 Para Ueki, as fontes renováveis não são uma opção competitiva. “A  geração solar e a eólica ainda precisam ser bastante trabalhadas. O  Brasil precisa de uma opção segura para complementar a geração  hidrelétrica. No cenário atual, a matriz nuclear é indispensável”,  acredita. 
 O professor Emerson Ferreira, da Escola Politécnica da Ufba, acredita  que o investimento em energia nuclear não deveria ser a prioridade do  Brasil neste momento. “Eu sei que existem países, como a França, que  dependem da geração nuclear, mas não é o nosso caso”, avalia. 
 Para o especialista na área de edificações, existem questões  relacionadas à segurança dos equipamentos que ainda precisam ser  resolvidas. “Existem protocolos de segurança, mas há riscos”,  diz.  
 Ainda de acordo com Ferreira, é preciso avaliar a questão das mudanças  climáticas e mesmo a possibilidade de outras situações. “É uma hipótese  remota, mas e se cai um meteoro em cima de uma usina dessas?”, questiona  o professor. 
fonte: a tarde online 


Nenhum comentário:
Postar um comentário