“Sou vítima de violência, preciso de auxílio, meu marido é um agressor”. Com esta frase a Coordenadora do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), delegada Daniela Ramos Lima Barreto, recomenda que a mulher deixe de ser refém de uma violência que cresce assustadoramente em todo país. Em Sergipe, o quadro não é diferente: somente no ano passado foram registrados exatos 3042 pedidos de socorro.Este ano todas as delegacias da mulher do Estado já receberam quase 200 casos. São histórias de mulheres que são torturadas física e psicologicamente, mutiladas, agredidas na sua auto-estima e que muitas vezes passam anos reféns do medo.
Para a delegada, a demora em levar o caso a uma autoridade policial pode custar a vida da mulher e destruir famílias. Daniela Ramos observa que os laços de afetividade entre agressor e vítima é
uma barreira na hora de procurar ajuda.
“A violência doméstica tem uma característica especifica. É uma violência em que o autor tem laços íntimos de afetividade ou de parentesco com a vítima. Esse tipo de violência não é igual a qualquer outra, ela tem um componente emocional e efetivo muito grande, que muitas vezes a gente inadvertidamente julga. Em virtude desse componente as mulheres já chegam aqui em uma situação em que a violência está com um quadro mais grave, em que a violência já gerou sequelas emocionais muito grandes para ela e para a família. Porque a violência doméstica não faz uma vítima, ela faz um universo de vítimas”, analisa a delegada.
fonte: kátia susanna
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